O que o apocalipse ensina sobre a política e a cultura no mundo de hoje

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O que o apocalipse ensina sobre a política e a cultura no mundo de hoje"


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Comentando as visões proféticas do apóstolo João no livro de Apocalipse, Richard Bauckham escreveu: “É um erro grave deduzir que Apocalipse se opõe ao Império Romano meramente por causa de


sua perseguição aos cristãos. Na verdade, o livro apresenta uma crítica profética completa do sistema de poder romano. [...] Não é só porque Roma persegue os cristãos que eles precisam


opor-se a ela; antes, é porque os cristãos querem afastar-se do mal do sistema romano que [...] sofrerão perseguição. [...] João vê que a natureza do poder romano é tal que, se os cristãos


são testemunhas fiéis de Deus, precisam suportar o confronto inevitável entre as pretensões divinas de Roma e seu testemunho do Deus verdadeiro. [...] Aqueles que testificam o único Deus


real, verdadeiro e absoluto, a quem todo o poder político está sujeito, expõem a deificação idólatra de Roma pelo que é em si mesma. Isso significa que o poder de resistência a Roma teve


origem na fé cristã no único Deus verdadeiro.” A crítica profética de João ao poder imperial romano, como revelada em Apocalipse, é ampliada e aplicada a todo o Estado que impõe sua


ideologia sobre toda a sociedade e requer culto ao seu líder, no lugar do único Deus vivo e soberano. Assim, na medida em que a trama revelada em Apocalipse avança, a trama também se adensa.


João tem visões proféticas cada vez mais dramáticas de uma grande guerra cósmica final entre o único Deus verdadeiro e o diabo, que se serve do Estado totalitário. Em Apocalipse 12.18 João


tem a visão do _dragão_ ou serpente parando na praia e aguardando o aparecimento da primeira _besta_ ou monstro marinho. A razão para ele parar _em pé sobre a areia do mar_ é que ele está


convocando seu agente, a _besta_, para a batalha final. O _dragão_ era o monstro marinho das profundezas, e o _mar_ simboliza a esfera do mal. Essa é uma cena dramática, enquanto o dragão


está parado na praia, a besta, vagarosamente, emerge do mar. A visão que João tem do surgimento das duas bestas está registrado em Apocalipse 13.1-18: _Vi emergir do mar uma besta que tinha


dez chifres e sete cabeças, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E


o dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Uma das cabeças da besta parecia ter sido golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada. E toda a terra se


maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta. Também adoraram a besta, dizendo: — Quem é semelhante à besta? Quem pode lutar contra ela? Foi-lhe dada


uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e foi-lhe dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses. A besta abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e


difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu. Foi-lhe permitido, também, que lutasse contra os santos e os vencesse. Foi-lhe dada, ainda, autoridade sobre cada tribo, povo, língua e


nação. E ela será adorada por todos os que habitam sobre a terra, aqueles que, desde a fundação do mundo, não tiveram os seus nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto. Se


alguém tem ouvidos, ouça. “Se alguém tiver de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém tiver de ser morto pela espada, pela espada morto será.” Aqui está a perseverança e a


fidelidade dos santos._ _Vi ainda outra besta emergir da terra. Tinha dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Ela exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença


e faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal havia sido curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até faz descer fogo do céu sobre a


terra, diante de todas as pessoas. Seduz aqueles que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que


façam uma imagem à besta, àquela que foi ferida à espada e sobreviveu. E lhe foi concedido poder para dar vida à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse morrer


todos os que não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz com que lhes seja dada certa marca na mão direita ou na


testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da


besta, pois é número de ser humano. E esse número é seiscentos e sessenta e seis. _ O DRAGÃO CONCEDE PODER A BESTA João afirma que viu _emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete


cabeças, e, sobre os chifres, dez diademas. _O _mar_, a morada do mal, pode representar a humanidade rebelde a Deus, em constante agitação, um caldeirão de vida nacional e social confusa,


num ponto de ruptura. E deste ambiente caótico surge a _besta_, que combina aspectos das quatro bestas do livro de Daniel 7, que representam reinos idólatras, mas agora englobando todos


aqueles reinos em um último reino mundano. O parentesco entre a besta e o dragão fica evidente no fato de que ambos têm _dez chifres e sete cabeças_. Os detalhes retratam uma besta medonha e


amedrontadora, a incorporação de todo o mal. _E, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia, _ou seja, a besta traz um nome de divindade sobre a cabeça, exigindo que os homens a adorem. Na época


de João o imperador Domiciano exigiu que as pessoas se dirigissem a ele com o título de _Dominus et Deus _(Senhor e Deus) e as cidades da Ásia Menor competiam entre si pela honra de ter um


templo dedicado ao imperador, para promover o culto imperial. Mas há aspectos nesta _besta_ que não têm paralelo no mundo romano. Ela será uma combinação de todas as bestas ou impérios


iníquos que, ao longo da história, têm se levantado contra Deus e seu povo. Por isso, a _besta_ da visão é o Anticristo, um somatório de todos os reinos opressores e Estados totalitários que


surgiram antes dela. Na visão, a besta _era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão_,combinando adjetivos das primeiras três bestas de Daniel 7; a quarta besta é


representada pelos dez chifres. E _o dragão deu à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade, _ou seja, a besta não é apenas uma concentração de poder político e militar, ou a


deificação do Estado e do seu governante; ela personifica a maldade satânica, obtendo seu poder e sua autoridade do dragão, que opera por meio do Estado iníquo. E _uma das cabeças da besta


parecia ter sido golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada. _Estas são as mesmas palavras usadas para o Cordeiro (5.6), que foi morto de fato. E essa ferida na cabeça da besta não


é outra coisa senão aquela que o Cristo-Cordeiro infligiu, em sua ressurreição, ao diabo (Gn 3.15).Mas a cabeça _foi curada_, a besta retornou à vida depois de receber uma _ferida mortal_,


portanto a besta se apresenta como uma paródia da morte e ressurreição de Cristo. Esta será mais uma imitação satânica, onde o dragão e a besta copiam o que Deus e Cristo realizaram. Assim,


por causa desta ressurreição falsificada, _toda a terra_ _se maravilhou_. Aqueles apartados de Deus e do Cordeiro _adoraram o dragão _[...]_ também adoraram a besta. _As multidões são


enganadas pelo milagre e fazem o que não fizeram durante o ministério de Jesus, adoram_ o dragão _e a_ besta_. A besta não quer exercer apenas poder político, sua meta é conquistar a


lealdade das pessoas e desviá-las da adoração a Deus. Mas adorar a besta, usando uma paródia do Cântico de Moisés (Êx 15.11), é adorar o poder satânico por trás dela, pois as forças


demoníacas sempre estão por trás da adoração aos ídolos. João nos lembra que o tempo do Anticristo será um tempo de luta pelas almas da terra. E a besta evidenciará um poder tão grande que o


mundo será convencido da futilidade de querer resistir ao seu poder maligno. Como cristãos, como estamos nos preparando para esse tempo de iniquidade e trevas que virá? O CONTROLE DIVINO


SOBRE AS ATIVIDADES DA BESTA Na visão de João é dito que foi _dada _[à besta]_ uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias. _Como a besta recebeu esta boca de alguém, fica claro que o seu


poder não provinha dela, mas de uma autoridade superior. Ela recebeu seu poder do dragão. Ou seja, a autoridade da besta parece ter vindo de Satanás. Mas, na realidade, o Deus soberano


limita essa autoridade, _para agir durante quarenta e dois meses_,número que simboliza todo o período de perseguição da igreja, principalmente este período final, o tempo da grande


tribulação. As _arrogâncias e blasfêmias_ da besta contra Deus são a reivindicação da besta de que as pessoas lhe sejam fiéis e o adorem em lugar de Deus. E os santos serão difamados e


pisados pelo Anticristo. O _tabernáculo_ celestial não é apenas um lugar, é também o povo de Deus, e blasfemar contra o povo de Deus é blasfemar contra o lugar em que Deus habita. Diante de


um quadro tão terrível, confiamos em que apenas o Deus soberano, e não o diabo, estabelece tempos e períodos? Como tal certeza guia nossa vida e preparação para o embate final? E foi_


permitido _[à besta...]_ que lutasse contra os santos e os vencesse. _A besta tem ódio contra os santos, e agirá contra eles não importa os meios, mas sempre no âmbito da soberania divina.


Sua ação primordial será desviar os santos de Cristo, o que a besta tenta com perseguição feroz. Ela os perseguirá terrivelmente, mas isto não significa que a besta consegue desviar os


santos de sua lealdade de Cristo. Na verdade, aqueles que a besta aparentemente vencera tinham obtido a vitória, através do seu martírio. Seu martírio foi sua vitória; eles permaneceram


leais a Cristo e se recusaram a adorar a besta e o dragão. Como Grant Osborne colocou: “Quando o dragão e a besta vencem os santos, eles são vencidos pelos santos. Isso repete a derrota de


Satanás por Cristo. Quando Satanás planejou a morte de Cristo e entrou em Judas a fim de levar Cristo à cruz, ele estava selando o próprio destino. Quando Satanás ‘venceu’ Cristo, ele foi


‘vencido por Cristo’. Quando os santos se engajam na ‘participação dos seus sofrimentos’ [...], eles compartilham da vitória final de Cristo mediante uma aparente derrota”. Também foi _dada


_[à besta]_ autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação. _Não é possível encontrar o cumprimento destas palavras em nenhuma situação do Império Romano. A perseguição sob Nero estava


limitada a Roma e implicou em poucos mártires; a perseguição sob Domiciano teve um alcance muito curto, Roma e cidades da Ásia Menor. João olha para um tempo em que um governante anticristão


exercerá poder sobre todo o mundo. Mas, novamente, até mesmo esse ato final de abuso da besta contra o povo de Deus está sob o controle soberano do Senhor. Por fim, a besta_ será adorada


por todos os que habitam sobre a terra_,uma referência às nações descrentes que seguem a besta, opõem-se a Deus e perseguem os santos. A besta terá total controle sobre elas, e elas


realizarão todos os caprichos da besta. Entretanto, a besta não tem poder sobre o povo de Deus. A besta pode, com certeza, persegui-los e matá-los, mas seu poder sobre os santos será físico,


não espiritual. O _Livro da Vida_ é o registro de todos os que foram salvos pela fé no Cordeiro de Deus crucificado e ressurreto. Que seus nomes foram escritos _desde a fundação do mundo_


implica na certeza que estes têm de sua eleição graciosa e da segurança de que Deus os guarda, apesar de parecerem indefesos diante dos ataques da besta. Que o Cordeiro _foi morto _se refere


ao fato que ele operou a salvação para os que creem nele, e que sua morte mostrou o caminho para os que o seguiriam. Aqui somos lembrados que a derrota que Cristo impôs ao diabo é


semelhante ao Dia D na Segunda Guerra Mundial, e atual luta do diabo e de sua serva, a besta, é semelhante à resistência das forças alemãs ao inevitável e vitorioso avanço dos aliados


ocidentais. Como o ponto de virada do Dia D, o resultado decisivo está agora assegurado, mesmo que a batalha ainda continue sendo travada. Assim, estamos diante dos últimos atos de rebeldia


de um inimigo fanatizado, mas já derrotado. A vitória final foi alcançada na cruz pelo Cordeiro de Deus que foi morto em favor e no lugar dos eleitos. UMA EXORTAÇÃO PARA DISCERNIR ENTRE A


VERDADEIRA E A FALSA RELIGIÃO João encerra sua descrição do Anticristo com uma advertência: _se alguém tem ouvidos, ouça_. Deus está dando instruções sobre a conduta de seu povo diante da


perseguição violenta e pesada. Ele requer que ouçamos e obedeçamos a suas instruções. A isto segue uma afirmação solene, que pode ser traduzida de duas maneiras. A primeira versão faz


referência a perseguidores que no fim sofrerão o mesmo destino que estão infligindo a outros: “Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que


seja morto à espada”_. _A segunda versão pode se referir aos perseguidos: _Se alguém tiver de ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém tiver de ser morto pela espada, pela espada


morto será_. A perseguição pela besta faz parte da providência de Deus e não cabe resistência violenta por parte dos santos. Quem está destinado ao cativeiro, tem de estar disposto a ir,


como cristão. O cativeiro e a morte sempre têm sido o destino dos santos e, nos dias finais, debaixo da influência do Anticristo, ambos se tornarão a experiência universal da igreja – que,


de acordo com Bauckham, pode implicar “o martírio de todos os cristãos, sem exceção [... o que] exige que todo cristão fiel esteja preparado para morrer”. Mas a perseguição não é a última


palavra, pois ambas as versões podem estar certas: Deus retribui, e o castigo dos que perseguem e matam, no fim, será de acordo com seu crime. A última palavra não está com o perseguidor. O


julgamento final está nas mãos de Deus, e este virá, com certeza. Os que erguem a espada contra o povo de Deus receberão a retribuição justa, mas para esperar aquele dia é preciso


_perseverança_ e _fidelidade_. Por enquanto, a impressão é que a besta tem poder ilimitado para matar os santos. Assim, tal tribulação exigirá dos santos fé de que Deus ainda é Deus, que ele


ainda está governando, e que seu Reino triunfará. A luz da exortação feita pelo apóstolo, devemos rejeitar a tão popular ficção de um suposto “arrebatamento secreto”, que salvaria a igreja


magicamente antes dessa grande tribulação. Como afirmou corretamente Corrie ten Boom, que foi presa em 1944 pelos nacional-socialistas alemães por abrigar judeus em sua casa na Holanda, não


há fundamento bíblico para tal ensino. E, como ela também afirmou, essa crença tornou a igreja cristã despreparada para enfrentar tempos de grande perseguição e martírio. A única ação que


será permitida aos santos nessa perseguição final é o se aplicar ao testemunho fiel e à perseverança em seguir a Cristo. Seremos chamados a nos submeter à besta, mas, sobretudo, à


providência de Deus. Como no Antigo Testamento, em que o Senhor Deus é quem vencia as guerras em favor de seu povo, não devemos fazer guerra contra a besta – isso é função de Deus. Devemos


viver fielmente e perseverar em nosso testemunho, deixando a batalha para o Senhor. Pois, como Bauckham escreveu, “enquanto a terminologia moderna chama o martírio de ‘resistência passiva’,


as representações militares de João [em Apocalipse] o tornam tão ativo quanto qualquer guerra física. [...] A mensagem [...] não é ‘não resistam!’, mas, sim, ‘resistam, mas pelo testemunho e


martírio, não pela violência’. [...] Os leitores de João não devem transigir, antes, devem resistir à idolatria do Estado e da sociedade pagãos. Ao agirem dessa forma, estarão cumprindo uma


função indispensável na concretização da vitória do Cordeiro.” E os nomes blasfemos que adornam a besta, a adoração que a besta requer das nações, o seu poder para realizar milagres e


enganar e até perseguir os santos, ocorrem no âmbito da soberania de Deus. Não há poder verdadeiro no mal. O Deus soberano está no controle, e o mal não pode realizar nada além do que faz


parte do propósito divino. E todos esses males terão seu fim no tempo predeterminado por Deus. Como John Owen, que no tempo de Oliver Cromwell havia sido vice-chanceler da Universidade de


Oxford, e que perdeu esta posição com a volta do tirano Carlos II ao poder, escreveu em 1680: “Mesmo que caiamos, a nossa causa será vitoriosa porque Cristo está assentado à direita de Deus;


o Evangelho triunfará e isso me conforta de forma extraordinária.” O SURGIMENTO DA BESTA DA TERRA OU MONSTRO TERRESTRE João menciona que viu _outra besta emergir da terra. _Esta segunda


besta ou monstro terrestre era semelhante a um cordeiro, mas sua voz traía sua aparência, pois falava como dragão. Ela representa a religião a serviço da adoração à besta do mar, sendo


chamada, mais adiante, de o “falso profeta” (Ap 19.20). A primeira besta incorpora o poder civil e militar; a segunda besta representa o poder religioso, empregado para apoiar o poder civil


e militar. Ou seja, a rebelião final de Satanás será empreendida de forma implacável, por meio da instrumentalização de todas as esferas da sociedade. E, para promover essa grande batalha


contra Deus e seu povo, Satanás parodia a Santa Trindade e estabelece sua própria trindade falsa: o dragão, ou seja, ele mesmo; a besta do mar, que é o Anticristo, com seu poder político e


militar total; e a besta da terra, que é o falso profeta, que será o líder religioso do movimento. O dragão usa essas criaturas para ganhar o controle tanto do sistema político quanto do


religioso, criando um único governo mundial, com o Anticristo como o rei supremo, e uma religião mundial, com o Anticristo como o ídolo do mundo. A combinação dos domínios político e


religioso são o cerne do poder absoluto da falsa trindade sobre as nações. A segunda besta, cuja descrição é tomada de Daniel 8, está a serviço da primeira besta. Não tem poder próprio, mas


recebe poder de sua união com a primeira besta. Seu único objetivo é angariar a lealdade religiosa da terra para a primeira besta, fazendo com que todos os habitantes da terra _adorem_ o


Anticristo, tendo como base uma paródia da ressurreição. _Também opera grandes sinais, _[...]_ faz descer fogo do céu sobre a terra, diante de todas as pessoas. Seduz aqueles que habitam


sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar_.No mundo romano a magia tinha um papel importante e era muito usada para enganar os crédulos. O falso profeta não fará


somente supostos milagres, como uma paródia dos profetas Moisés e Elias. Ele terá poder para fazer descer fogo do céu, para enganar os homens com supostos poderes divinos, fazendo-os crer no


que na realidade é obra de Satanás. Como G. K. Beale & David H. Campbell escrevem: “Um profeta verdadeiro leva as pessoas a adorar a Deus, mas o falso profeta as leva a adorar o Estado


(e, por extensão, o diabo)”. Portanto, os cristãos não podem tolerar falsos mestres que se infiltram na igreja para seduzir alguns a que se comprometem com as instituições idólatras da


cultura da morte, ilustrada pela defesa do abordo, sancionada pelo Estado iníquo, e que servem à besta. Os_ que habitam sobre a terra_ é uma expressão para aqueles que não creem no Cordeiro.


Já que os que rejeitaram a oferta de salvação de Deus e recusaram-se a se arrepender (Ap 9.20,21), Deus os entregou ao engano que eles mesmos haviam escolhido. Em certo sentido, Deus está


“entregando-os a Satanás”. A vivificação aparente da primeira besta lembra trapaças realizadas por sacerdotes e feiticeiros do mundo antigo, que construíam roldanas e usavam técnicas de


ventriloquia para dar a impressão de que os ídolos estavam vivos. Mas os sinais da besta parecem incluir atividade demoníaca real, já que o dragão está por trás dos ídolos estatais. Além


disto, a segunda besta recebeu poder para fazer_ morrer todos os que não adorassem a imagem da besta. _A frase, que é um eco da ordem de Nabucodonosor, em Daniel 3, afirma que a _imagem da


besta_ ordena que os que não adoram a besta sejam mortos. Contudo, Bauckham escreve, “a besta pode matá-los, mas não pode suprimir seu testemunho da verdade. Sua morte não contesta sua


evidência, porque mesmo em sua morte, o poder da verdade em convencer supera o poder da mera força física para suprimi-lo.” Assim, o conflito crucial é colocado pelo apóstolo de forma bem


clara. O conflito não é entre religião e ateísmo ou entre religião e religião. Mas entre Cristo e Anticristo – entre Deus e Satanás. De que lado estamos? O povo de Deus, às portas da grande


tribulação, foi selado em suas testas (Ap 7.3), separando-o da ira de Deus derramada sobre o mundo (Ap 9.4), fortalecendo-o em seu testemunho e sua lealdade a Cristo. A besta tem a sua


_marca_, que é aplicada sobre a _mão direita_ ou a _testa_ daqueles que a adoram, numa inversão e paródia macabra dos _tefilin_ judaicos. De maneira que temos dois grupos de pessoas, os que


são selados por Deus e os que levam a marca da besta. A marca da besta é sinal de fidelidade por parte dos que a recebem, identificando-os como adoradores da besta. E esta marca da besta


tinha utilidade religiosa e econômica. Pois a besta, com a ajuda do falso profeta, assumirá poderes totalitários, com controle completo de toda a política, religião e economia do mundo, com


o objetivo de levar toda a humanidade a adorá-la. Se isso parece distante ou fantasioso basta acompanhar os experimentos de controle social que estão ocorrendo na China comunista. Assim,


devemos observar atentamente a polarização: crentes são marcados com o “selo” de Cristo, enquanto os descrentes têm a “marca” da besta. Não há neutralidade nessa guerra, ou se pertence a


Cristo ou à besta. A quem, de fato, pertencemos? UMA EXORTAÇÃO A PERSEVERAR NA FÉ Esta visão de João se encerra com nova exortação: _aqui está a sabedoria. _[...]_ O número da besta _[...]_


é número de ser humano. E esse número é seiscentos e sessenta e seis. _João dá o nome da besta de maneira simbólica. Os primeiros leitores de Apocalipse devem ter entendido a menção. O


máximo que podemos dizer é que se o número da besta é uma profecia de uma situação futura, ninguém ainda resolveu seu significado. O que é claro é que _seiscentos e sessenta e seis_


refere-se à besta como inerentemente incompleta e pecaminosa, imperfeita, ainda que aparente ter alcançado perfeição e divinização. Em toda essa passagem de Apocalipse 13, João antevê o


período de tribulação final da História, quando a besta, o Anticristo, sobe ao poder e a segunda besta, o falso profeta, se torna seu sumo sacerdote, obrigando o mundo a escolher entre


Cristo e a besta. Nesse contexto, a recusa em participar da adoração universal à besta será considerada crime capital. Isso nos parece dramático ou radical? Devemos lembrar que vivemos


apenas setenta anos depois da ascensão de monstros como Adolf Hitler, Josef Stalin e Mao Tsé-Tung ao poder e exigiram para si lealdade total. Na atualidade o espírito do Anticristo opera no


Ocidente, engolfando-o numa onda de controle estatal, paganização, imposição de uma cultura de morte e promiscuidade sexual, enquanto no Oriente Médio o islamismo persegue os cristãos com


fúria e o comunismo chinês suprime violentamente a liberdade da fé cristã. Portanto, somos, aqui, colocados todos diante do momento decisivo, a escolha entre seguir a besta ou o Cordeiro, o


diabo ou o único Deus verdadeiro. A quem você seguirá – aqui e agora? VEJA TAMBÉM:


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