Uma viagem ao sul profundo - século diário
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Dois irmãos separados por brigas familiares se reencontram depois de 20 anos e empreendem uma viagem de carro de Porto Alegre a Buenos Aires. Esse é o resumo do livro_ Os Donos do Inverno_
(255 páginas, Dublinense, 2019), recém-lançado por Altair Martins, “um dos mais surpreendentes escritores de sua geração”, segundo o crítico José Castello. Nascido em Porto Alegre, Martins
tem 45 anos, é professor de literatura na PUCRS, e já ganhou alguns prêmios com suas ficções marcadas pela dor de ser humano. O caso deste livro é assim mesmo: os irmãos adolescentes
brigaram a socos no dia do enterro do irmão mais velho, após o que cada um sai para seu lado e nunca mais se viram até combinar a viagem ao Sul. Uma viagem maluca cujo objetivo é: levar os
ossos do irmão falecido ao Hipódromo de Palermo, na capital argentina, onde este iria exercer sua profissão (jóquei) caso não tivesse morrido num acidente de moto. Os ossos vão num saco
plástico dentro de uma caixa de isopor. Para evitar problemas na BR-116, descem por São José do Norte, entrando de balsa em Rio Grande. No terceiro dia, a grande aventura termina na corrida
noturna de segunda-feira em Palermo. É uma ficção bem posta na pista, pois contém elementos da realidade: o pai de Altair Martins era jóquei e empresta seu nome profissional (C. Martins) à
personagem representada pela ossada dentro da caixa de isopor. O irmão chamado Elias é professor de biologia e tem o dom de conversar com os cavalos. O outro, Fernando, é o motorista que
trabalha com um táxi e costuma concordar com tudo o que dizem seus passageiros. Viajando por hum mil e tantos quilômetros ao longo da paisagem do litoral, os dois irmãos, mais o falecido,
repassam a época em que viveram, os três, no mesmo quarto, dividindo um beliche e uma cama, na cidade de Guaíba, hoje com 100 mil habitantes, mas na década de 70 pouco mais do que um bairro
separado da capital por um mundaréu de água que alguns dizem ser rio e outros, lago. Na realidade, Guaíba pode ser uma figuração da Palermo de Porto Alegre, assim como Palermo poderia ser o
Cristal de Buenos Aires. Para compreender certas metáforas, não é preciso conversar com cavalos. O fato é que o autor desta resenha não se lembra de ter lido qualquer ficção que tenha
cavalos de corrida como personagens. Muito menos de cavalos que falam. Por isso, se cogita até de realizar uma sessão de autógrafos no Hipódromo do Cristal, onde se encontram pessoas que
conviveram com o C. Martins de verdade e talvez se disponham a apostar R$ 44,90 no livro de um escritor que admite fazer “ficção a partir de alguma realidade”. É o que fazem muitos
escritores, embora não admitam a mescla do vivido com o inventado. Sem dúvida, não é preciso ser turfista, basta ser gaúcho para aceitar que um dos irmãos viajantes tenha o dom de
entender-se com os cavalos. Sem nunca perder a mão, o autor esmera-se numa “tocada” capaz de restabelecer o clima da literatura conhecida, nos anos 1970, como o realismo mágico ou
fantástico. Segurando bem as rédeas de sua história, Altair Martins faz uma rica viagem ao Sul profundo, esse sul mítico que liga Porto Alegre às duas capitais do Prata. Uma viagem de
resgate, de busca de identidades extraviadas. Sem dúvida, uma bela história que registra a travessia São José do Norte-Rio Grande, a passagem por Santa Vitória do Palmar e Punta del Este. Em
Montevidéu, os irmãos reconciliados encontram um veterano que afirma ter trabalhado em Porto Alegre com Rubén Paz, quando este jogou no Internacional. O sujeito mora na Calle de La India
Muerta, nos confins da cidade. A narrativa mistura fatos naturais a aspectos lendários. Em Colonia do Sacramento, fundada por Portugal e cedida à Espanha em troca das Missões dos Sete Povos,
dá-se o encontro mítico com a História com H. Em Buenos Aires, por fim, parece perfeitamente natural que os cavalos falem com os hermanos visitantes e estes os compreendam, servindo tal
façanha como incentivo à reconciliação das sociedades latino-americanas separadas por pequenas barreiras e unidas por línguas parecidas. Por coincidência, no livro, os cavalos do Brasil, do
Uruguai e da Argentina falam a mesma língua. Para ellos, no hay problemas. LEMBRETE DE OCASIÃO _“Capinar em terra alheia não traz dia melhor”._ Cenair Maicá (1947-1989), cantor e compositor
de São Luiz Gonzaga, RS
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