Caso lorenza: promotor acusado de matar a esposa será ouvido pela justiça

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais segue nesta sexta-feira (16), com a SEGUNDA E ÚLTIMA PARTE DA AUDIÊNCIA DA FASE DE INSTRUÇÃO, que faz parte do julgamento do promotor André de Pinho -

acusado pela morte da esposa, Lorenza de Pinho, ocorrida em abril de 2021. Ontem, cinco testemunhas foram ouvidas pela Justiça e, ao longo desta sexta-feira, outras seis pessoas que

participaram da investigação prestem depoimento. Após as falas, a expectativa é que André de Pinho também seja ouvido pela Justiça. Ele foi denunciado por homicídio, qualificado como

feminicídio, e está PRESO DESDE O DIA 4 DE ABRIL DO ANO PASSADO. A audiência começou às 9h e acontece na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na avenida Afonso Pena, região

Centro-Sul de Belo Horizonte. Além de André de Pinho, estão presentes no Tribunal uma das filhas do casal, que é menor de idade, e o pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva. Sem conseguir

esconder a emoção diante do julgamento, Marco Aurélio relata que a audiência marca o fim de um longo e doloroso processo para provar a culpa do genro. “Foi uma luta de mais de 20 meses, e eu

achei que nunca chegaríamos ao fim deste dia e que eu não fosse aguentar tanta emoção com a perda da minha filha. Mas chegamos, graças a Deus (…) finalmente vai ser dada voz ao assassino da

minha filha, e aí, basicamente, termina o que eu poderia fazer”, disse Marco. O primeiro depoimento colhido nesta sexta-feira foi o do médico legista do Instituto Médico Legal (IML),

Henrique de Araújo Tarquinio, que assinou o laudo de necrópsia que determinou a asfixia provocada por uma esganadura como causa da morte. A defesa de André de Pinho assegura que as lesões no

corpo de Lorenza são fruto de manobras para tentar reanimá-la, e que a causa real da morte tenha sido uma intoxicação. A relatoria do caso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais está a

cargo do desembargador Wanderley Paiva.  Estiveram presentes o procurador André Ubaldino e o advogado Tiago Souza de Resende, pela acusação, e os advogados de defesa Chrystian Rabelo Goyas,

Rodolfo Correa, Pedro Henrique Pinto Saraiva e Bruna Monteiro. Os depoimentos foram acompanhados por amigos e familiares da vítima e do réu. Encerrada a fase de instrução, o relatório do

processo deve ficar pronto em 30 dias, para que seja apreciado pelos desembargadores do Órgão Especial do TJMG. Com isso, o julgamento do réu deve acontecer somente em 2023. ENTENDA O

JULGAMENTO O julgamento de André será bem DIFERENTE DAQUELES QUE SE COSTUMA VER DIARIAMENTE. Por ser membro do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ele tem o chamado “foro

privilegiado”, ou seja, o futuro dele não será definido por sete pessoas comuns, e sim por 25 desembargadores.  O julgamento começa com a fase de instrução. Nesse momento, testemunhas de

acusação e defesa são ouvidas. Segundo o  procurador de Justiça André Ubaldino, membro da Procuradoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida, designado para o caso, é possível que

compareçam 16 testemunhas para cada lado. A fase de escutar as narrativas não tem prazo. (COM ALINE DINIZ E ALICE BRITO) RELEMBRE O CASO Lorenza foi morta aos 41 anos no dia 2 de abril de

2021, no apartamento da família no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. Ela era casada com o promotor de justiça André de Pinho, de 53 anos.  O homem é acusado pelo Ministério

Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Polícia Civil (PC) de ser o assassino da vítima. Ele a teria dopado e asfixiado. André está preso desde o dia 4 de abril de 2021 no batalhão do Corpo de

Bombeiros, na região da Pampulha.  Em agosto deste ano, o julgamento de André de Pinho teve início. No entanto, o procedimento foi suspenso a pedido dos advogados do acusado. Eles

solicitaram um tempo maior com o intuito de reunir novas provas.