Acreditar em bobagens
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Exclusivo para assinantes HÁ SISTEMAS QUE, REJEITADOS PELO FILTRO CIENTÍFICO, FAZEM O CONTRÁRIO DO QUE AS CIÊNCIAS PROPÕEM, IDOLATRANDO ‘GÊNIOS’ INFALÍVEIS Uma definição comum de “agente
racional” é alguém que tem objetivos, crenças sobre como melhor alcançá-los e que age de acordo. Note-se que a definição omite a natureza das crenças em si. Se alguém acredita que o
horóscopo do jornal é uma fonte confiável de orientações sobre o dia a dia, estará sendo perfeitamente racional ao obedecer às exortações do astrólogo. * REFORMA TRIBUTÁRIA: É bom para o
Brasil? O que dizem especialistas A constatação de que as crenças que carregamos na vida podem fazer com que qualquer tolice pareça claramente razoável não é nova. Atribuída a Voltaire, a
frase “quem o leva a acreditar em absurdos pode levá-lo a cometer atrocidades” ganha especial relevância nesta era de redes sociais e aplicativos de mensagens, quase 250 anos depois da morte
do filósofo francês. Cem anos após Voltaire, outro filósofo, o inglês William Clifford, formulava o princípio de que toda pessoa tem o dever moral de fazer uma cuidadosa curadoria das
coisas em que acredita, eliminando tudo o que seja mal embasado — exatamente para que a racionalidade não redunde em atrocidades. * ALZHEIMER: EUA aprovam primeiro medicamento em duas
décadas Trata-se, porém, de dever muito mais fácil de enunciar que de cumprir. Adquirimos ou sustentamos crenças o tempo todo, pelos mais variados motivos — porque é confortável acreditar em
certas coisas, porque aceitar ou negar fatos nos oferece uma desculpa para fazer o que temos vontade de fazer, porque nossos pais, amigos, amantes, sacerdotes, sócios, colegas e vizinhos
esperam, cada um a seu modo, conformidade de nós. Outras nos são empurradas pelo marketing e pela publicidade incessantes. Num ambiente tão carregado, como fazer uma curadoria adequada? Quem
tem o tempo, ou os meios, para isso? Existem, é claro, diversos tipos de crença, com diferentes potenciais de dano. Acreditar que existem unicórnios azuis na Galáxia de Andrômeda
provavelmente não fará mal a ninguém. As mais perigosas, quando falsas ou mal embasadas, são as que dizem respeito à realidade sensível, concreta, imediata — as que podem levar pessoas
racionais e bem-intencionadas a gastar as economias de uma vida ou pôr a saúde — própria ou de entes queridos — em risco. Por sorte, esse é o tipo de crença para o qual a humanidade
desenvolveu um filtro fantástico: a ciência. Todas as ciências, com seus diferentes métodos, buscam descrever e explicar a realidade sensível e concreta — seja a composição de uma rocha, a
causa de uma doença, a origem de um povo — com base nas evidências de melhor qualidade, num sistema em que nenhum especialista está acima da crítica dos colegas, e toda conclusão sempre pode
ser revisada mais tarde, à medida que o conjunto de evidências disponíveis cresce, e as interpretações amadurecem. Existem, no entanto, sistemas que, rejeitados pelo filtro científico,
dedicam-se a fazer exatamente o contrário do que as ciências propõem — idolatrando a palavra infalível de “gênios” fundadores, inventando malabarismos para descartar boas evidências,
resistindo a revisões significativas — e sobrevivem na cultura como fonte de crenças pretensamente válidas a respeito da realidade concreta. São chamados de pseudociências. Analisamos 12
delas em nosso livro “Que bobagem!”, lançado neste mês pela Editora Contexto. A análise detalhada é necessária para que o carimbo de “pseudociência” seja uma conclusão lógica, não mero
pejorativo, e para que o leitor compreenda o aspecto histórico e cultural desses sistemas e como exatamente eles alegam curar, resolver, explicar. Alguns, como astrologia, tendem a ser
vistos como passatempos inócuos; outros, como a psicanálise ou a homeopatia, ainda se encontram entrincheirados na academia. Mas todos infectam a racionalidade e, em determinados contextos,
têm potencial de concretizar o temor de Voltaire, promovendo absurdos e causando atrocidades. _ *Natalia Pasternak é escritora e comunicadora de ciência, professora, pesquisadora da
Universidade Columbia (EUA) e presidente do Instituto Questão de Ciência; Carlos Orsi é jornalista, escritor e editor-chefe da Revista Questão de Ciência _
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