Presidenciais. Maria não chegou a belém e acabou maria de ninguém

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No day after das presidenciais, sete passos para perceber o maior desaire eleitoral de um candidato do PS No day after da campanha de Maria de Belém impera o silêncio. É difícil encontrar


alguém que atenda o telefone e os que atendem torcem o nariz a declarações em on. Em boa verdade, ainda se digere “o resultado que ninguém esperava ter sequer num pesadelo”. É possível ainda


assim, com a ajuda de intervenientes, reconstituir os principais episódios de um percurso em perda, desde os 18% acima de Nóvoa nas sondagens até aos 4,2% finais – a pior votação de sempre


de um socialista em eleições presidenciais. A hecatombe é a história da deserção da base de apoio de Maria de Belém. Jorge Coelho, o homem-forte por trás da estrutura que montou a


candidatura, tê-la-á descrito, estupefacto, como “a maior deserção em bando a que já assisti”. A deserção começou antes e pode ser retratada em sete momentos. GUTERRES NÃO VEIO O dia 6 de


janeiro, dia de Reis, é também o escolhido para a apresentação aos jornalistas da campanha. Ao lado da candidata, nesse almoço num hotel de Lisboa, está António Cunha Vaz, o responsável pela


agência de comunicação que assessorou Maria de Belém. E coube-lhe a ele servir um prato frio para entrada: António Guterres, afinal, não ia apoiar Maria de Belém. O país aguardava a


entrevista à RTP do ex-alto comissário da ONU para os Refugiados, nessa noite, e um jornal tinha anunciado que iria dar o apoio a Belém. Cunha Vaz desfez a expectativa: à noite, Guterres


pôs-se à margem, focado na candidatura a secretário–geral da ONU (patrocinada por António Costa). Sem mais notícia, o título dos jornais no dia seguinte destacaria a proposta inusitada de


Maria de Belém de levar os chefes de Estado estrangeiros a almoçar fora do Palácio de Queluz: “Qualquer estadista europeu é capaz de ir comigo a um lar de terceira idade e comer o almoço que


lá se serve.” MAL NOS DEBATES Maria de Belém tinha já feito a primeira parte do ciclo de debates televisivos e o balanço era negativo. Contra os “pequenos” – Paulo Morais, Henrique Neto,


Edgar Silva e Marisa Matias -, a ex-ministra da Saúde de Guterres surgiu crispada e na defensiva. “Acho que não estamos aqui como juízes do meu caráter. Era só o que faltava, nem eu me posso


sujeitar a isso”, disparou contra Morais, o “sr. anticorrupção”. O assunto que a tirava do sério era a sua fase de consultora do Grupo Espírito Santo Saúde enquanto presidiu à comissão


parlamentar da Saúde. A seguir teve azar – quando Belém chegou ao debate com o rival Sampaio da Nóvoa, já este tinha brilhado contra Marcelo e criado a impressão de ser o verdadeiro


challenger na área do PS ao candidato da direita. Marcelo e Nóvoa ainda fariam uma maldade: na festa de aniversário da SIC fizeram as pazes, em direto, deixando a Maria de Belém, que tinha


sido muito violenta com Marcelo, a imagem de candidata truculenta. ZONA DE CONFORTO “A candidatura de Maria de Belém não se projetou, andou por territórios confortáveis.” A frase é de um


operacional de campanha depois da primeira semana na estrada. Misericórdias, lares de terceira idade, empresas e câmaras municipais preenchiam a agenda. Com o tempo a não ajudar, a rua


ficava para mais tarde. Quando fez uma ou duas passagens bem-sucedidas por feiras, mostrando-se mais solta, “era tarde demais”. O pior estava para vir. Na volta ao país também se notava a


falta da máquina socialista, que se desviava para Nóvoa. Um jantar do ex-reitor para 1500 pessoas mostrou a desproporção de apoios. Enquanto isso, a “geringonça” de Belém vivia da máquina


autárquica de apoiantes no Norte, sendo visível que as coisas falhavam no Algarve e nas regiões autónomas. Em Lisboa, onde Joaquim Raposo (ex-líder da FAUL) e Marcos Perestrelo (atual líder)


deviam garantir tranquilidade, só na Amadora houve chão firme. VADE RETRO, SEGURO Desde o primeiro momento, viu-se a preocupação de Belém em repelir a etiqueta de “candidata de uma fação do


PS”. Quando lhe perguntaram se António José Seguro (que a havia elevado a presidente do PS durante a sua liderança) vinha à campanha, Belém deixou claro que não mexeria uma palha para que


isso acontecesse. “Ingrata” foi a palavra mais meiga que nos bastidores da tal “fação” lhe chamaram. Durante a campanha, “o segurismo desertou”, conclui um apoiante. Na noite eleitoral era


notória a falta de comparência da “tralha segurista”. O próprio ex-líder do PS, diz-se, não lhe perdoará. SUBVENÇÕES O golpe de misericórdia chegou com o carimbo do Tribunal Constitucional.


O acórdão que dava razão aos que requereram o fim dos cortes nas subvenções vitalícias dos deputados apanhou a candidata de guarda baixa. Maria de Belém não assumiu que tinha assinado o


recurso para o TC e demorou a reagir, logo ela que tinha sido antes criticada por recusar em 2012 subscrever o pedido de fiscalização dos cortes nas pensões e salários dos funcionários


públicos. Acusada de ser advogada em causa própria, as suas explicações chegaram tarde e a más horas. DOIS DIAS PARADA Enquanto o escândalo das subvenções assumia uma dimensão incontrolável,


Maria de Belém decidira parar a campanha. A morte de Almeida Santos, que um dia antes fizera o último discurso da sua vida a apoiar Belém, deixou-a compreensivelmente prostrada e decidiu


parar tudo até ao funeral. Azar, pois pelo meio estava previsto o debate televisivo com todos os candidatos. Maria de Belém não foi e o debate acabaria marcado pelo ataque de todos os


presentes ao pagamento de subvenções. Quando voltou ao terreno, no “Fórum” da TSF, Belém disse que não aceitava entrar numa campanha demagógica. E deixou no ar a ideia de que iria aceitar


receber a subvenção. COMÍCIO HORRIBILIS Numa campanha em espiral de queda, eis que chegam as últimas sondagens. Choque: Nóvoa, como se esperava, tinha passado bem para a frente. E Belém


competia agora com Marisa Matias por 8% dos votos, arriscando ficar em quarto lugar, atrás da bloquista. O tradicional almoço na Trindade foi tristonho, mas o indescritível estava reservado


para essa noite de quinta-feira. Uma sala com capacidade para 300 pessoas ficou às moscas, na FIL. Uma hora depois da hora prevista, Belém falou para 80 apoiantes num arremedo embaraçoso do


grande comício de encerramento em Lisboa. Não se acreditava: Marco Perestrello, o líder da distrital de Lisboa do PS (e também costista, e secretário de Estado) era apoiante de Belém, e


horas antes tinha chegado ao estado-maior da candidata a notícia de que as presenças anunciadas davam para encher a sala. Aquilo não devia ter acontecido. As palavras “humilhação” e


“deserção” foram usadas na caravana. “O PS desistiu de Maria de Belém”, comentou-se. Todos sabiam que não haveria retorno.


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