Conveniências há muitas

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A direita aposta tudo na memória curta sobre os últimos quatro anos, quer a memória média anterior a 2011 e foge da memória longa que impede os elogios a Dias Loureiro Portugal precisa de


superar a fase da divisão, da descrença e da falta de futuro, mas multiplicam-se os exemplos que fomentam o desinteresse, o alheamento e a falta de confiança nas nossas capacidades


individuais e colectivas. Depois de semanas de menorização do CDS como parceiro de coligação, subitamente, a 25 de Abril, PSD e CDS anunciaram o casamento de conveniência para as


legislativas e para as presidenciais. Às tréguas do anúncio, sem que houvesse qualquer acordo pré-nupcial, sucede agora o regresso ao bullying do PSD sobre o CDS e o espectáculo das comadres


desavindas. Passos proclama aos ventos que a demissão irrevogável chegou por SMS, Portas reclama o envio de uma carta escrita. Tudo irrelevante, porque o poder sobrepôs-se às convicções.


Poder que Paulo Portas conquistou ao PSD. O poder de obter para o CDS, em 2015, o rendimento eleitoral de 2011, nas listas de candidatos a deputados. Mesmo sem ir a votos, alguém já ganhou.


Ao fim de quatro anos de governo PSD/CDS, a criação de riqueza recuou 15 anos, o emprego recuou 20 anos, o investimento recuou 30 anos e a emigração atingiu valores de há 40 anos, mas o CDS


conseguiu perpetuar os seus resultados eleitorais de 2011. Depois de mais um espectáculo de bullying na praça pública, a coligação terá de ter topete para falar em solução de governo


estável. As conveniências do PSD e do CDS são evidentes – não há amor, há interesse. E depois há as conveniências de um Presidente da República que passou os últimos anos a não pedir a


fiscalização preventiva da constitucionalidade da lei do Orçamento de Estado, porque esta tinha de entrar em vigor a 1 de Janeiro. Agora, difere a marcação das eleições para o mais tarde


possível, sendo responsável por, em Janeiro de 2016, o país ser gerido por duodécimos. Um Presidente da República que, de tão mimético com o discurso do governo PSD/CDS, se enleia em


proclamações sobre temas para distrair a atenção dos portugueses do essencial. No discurso oficial do Presidente, a previsão de crescimento em 2015 será de 1,7%; nas declarações não


oficiais, será de 2%. Explicações estapafúrdias. O governo, o Presidente, a Comissão Europeia, o FMI, a OCDE e os “Zandingas” das previsões, que não previram nenhuma das crises dos últimos


anos, ainda não perceberam que já não estamos em tempo de previsões, mas de resultados. E os resultados são frágeis, maquilhados ou um descalabro, depois de tantos sacrifícios. São tudo isso


no desemprego, na dívida pública, na emigração, nos 250 mil jovens que não estudam nem trabalham ou nas 640 mil crianças e jovens em risco de pobreza. E para todos esses, dias de debate


sobre previsões, meses para dar um passo para adoptar políticas concretas ou discursos sem nexo com a realidade são passaportes para o alheamento. É conveniência da direita que haja


distracção, desmobilização e memória curta. A memória só pode ser média, anterior a 2011, já avaliada pelos portugueses. E também não pode ser longa, senão torna impossíveis os elogios de


Passos a Dias Loureiro, numa queijaria qualquer, e sublinha o escândalo da nacionalização do Europarque enquanto se privatiza o Oceanário de Lisboa. Por muito que custe a Passos, a Portas e


a todos os que têm a troika entranhada no corpo, o que vai a votos são os últimos quatro anos de governo, as opções políticas e os resultados. É conveniência da alternativa do PS, que depois


da apresentação de um quadro macroeconómico que, no essencial, credibiliza as opções políticas, não atue de encontro à narrativa que a Direita tem preparada para as eleições legislativas.


Que não o faça nos temas em debate, no período em avaliação eleitoral e nos protagonistas políticos escolhidos para o desafio de, com rigor, senso e sentido de sustentabilidade, restituir


aos portugueses a esperança, as oportunidades, os rendimentos e o futuro. Mais do que acertar contas com o passado, é conveniente concentrarmo-nos em acertar o passo com o futuro, com um


sentido de combate às desigualdades sociais, de justiça social, de coesão territorial além de Lisboa e do Porto e de valorização das nossas capacidades como cidadãos e como comunidades. É


essa a conveniência de Portugal, a única relevante. Membro da comissão política nacional do PS Escreve à quinta-feira


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