Economia de base jovem e agro

Curitiba nem percebeu. E se percebeu, achou que era mais um entre as dezenas de eventos que ocorrem por ano na capital. Não se deu conta que passou por aqui o Produto Interno Bruto (PIB) do

estado. Na quarta e quinta da semana passada desembarcaram em Curitiba e Pinhais (região metropolitana) mais de seis mil pessoas, produtores rurais e lideranças do setor, de todos os cantos

do Paraná. Um pequeno exército do campo, representante de um universo muito maior, responsável por algo ainda maior. Eles são a base de nada mais nada menos que 35% de todas as riquezas

produzidas pelo estado. Em uma analogia à motivação dos eventos, um público de empreendedores e cooperativistas, que no contexto do agronegócio e da economia paranaense pode significar a

mesma coisa. Eles vieram participar do programa Empreendedor Rural, uma promoção do Sistema Faep - Federação da Agricultura do Paraná e do Encontro Estadual dos Cooperativistas Paranaenses,

do Sistema Ocepar - Organização das Cooperativas do Paraná. Lotaram dezenas de ônibus para duas agendas festivas, de balanço do ano, mas sempre de olho no futuro, nas tendências e no

planejamento. Mas o que chamou mais atenção não foi apenas o faturamento de R$ 56,5 bilhões das cooperativas ou as quase cinco mil pessoas que lotaram o Expotrade Pinhais na programação da

Faep. O destaque ficou para uma caraterística bastante peculiar do público, em sua maioria jovens, muitos deles acompanhados do irmão, do pai e da mãe. Enfim, da sua família. E se os números

apresentados colocam o agronegócio como condição ao futuro da economia brasileira, a mobilização provocada por Faep e Ocepar revela que do investimento no jovem depende o futuro do

agronegócio no país. O retrato da nova geração, assim como do trabalho em família, ficou evidente na premiação do Empreendedor Rural. Duas jovens, estudantes, ficaram com o primeiro e

terceiro lugares. Enquanto que uma iniciativa desenvolvida por um casal ficou com a segunda colocação. Outro detalhe importante é que dos quatro contemplados três são mulheres, o que mostra

a presença da feminina cada vez mais forte no campo, seja na produção ou na gestão da propriedade. Veja também Os dois encontros foram realizados em dias distintos – ano passado a data

coincidiu. Contudo, não deixam de ser complementares. De um lado o resultado magnífico das cooperativas, que dominam importantes elos da cadeia produtiva, como agroindústria e

comercialização. De outro o produtor rural, o responsável primeiro pelo faturamento do agronegócio paranaense e que participa ativamente do resultado das cooperativas de produção. Ou seja,

duas entidades, duas representações legítimas, cada uma com as suas especificidades, mas comuns e complementares na sua essência.