Cocô de pinguim cria nuvem e impacta clima na antártida
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Cocô de pinguim —desculpe, guano de pinguim— está criando nuvens na Antártida que podem afetar as temperaturas locais, de acordo com pesquisa publicada nesta quinta-feira (22) na revista
Communications Earth & Environment. À medida que milhões de pinguins se alimentam e se reproduzem na Antártida, eles deixam para trás toneladas de guano. Como se alimentam principalmente
de peixes e krill, seus excrementos contêm grandes quantidades de resíduos de nitrogênio que se decompõem em amônia. Cientistas descobriram que as incríveis quantidades de amônia deixadas
para trás se combinam com compostos de enxofre do oceano e formam nuvens em questão de horas. Modelos computacionais anteriores descobriram que essas nuvens alimentadas por guano de aves
marinhas no Ártico realmente resfriam o solo, mas os autores do estudo afirmaram que são necessárias observações para confirmar o efeito no clima. As nuvens também podem ter efeitos variados
de resfriamento ou aquecimento, dependendo se estão localizadas sobre o oceano ou sobre o gelo. "Existem conexões entre coisas que acontecem em nosso planeta natural que não esperamos
necessariamente", disse Matthew Boyer, autor principal do estudo e que faz seu doutorado na Universidade de Helsinque. "E essa é uma delas." Na base Marambio, na península
Antártica, Boyer e seus colegas mediram a concentração de amônia de uma colônia de 60 mil pinguins-de-adélia (_Pygoscelis __adeliae_) em janeiro de 2023. Eles descobriram que o guano era uma
importante fonte de amônia na costa, superando até mesmo a amônia do oceano Antártico. Quando o vento soprava da direção da colônia, os instrumentos da equipe —a 8 km de distância— mediram
concentrações de amônia mil vezes mais altas que o nível típico de fundo. Mesmo quando os pinguins deixaram a área e seu guano no final de fevereiro, a concentração ainda era mais de cem
vezes maior que o nível normal. À medida que a amônia aumentava, a equipe observou um período de neblina que concluíram estar ligado à maior concentração de partículas de aerossol. Levou
cerca de 3 a 4 horas para a neblina se formar. Os produtos químicos no guano ajudaram a acelerar a formação de nuvens, disse Boyer. Compostos de enxofre do fitoplâncton do oceano se
combinaram com amônia e dimetilamina do guano, o que acelerou a formação de partículas de nuvem em 10 mil vezes. O efeito das nuvens no clima não está claro. As nuvens absorvem radiação do
Sol e do planeta. A maioria das nuvens na Terra tem um efeito de resfriamento, refletindo a luz solar de volta para o espaço. Mas Boyer disse que o gelo é altamente reflexivo e também emite
radiação; se uma nuvem for menos reflexiva que o gelo abaixo dela, então ela poderia aprisionar esse calor e contribuir para o aquecimento da superfície. Mas modelos computacionais de
estudos anteriores sugerem que o efeito líquido provavelmente resfriaria a superfície. Um estudo de 2016 analisou nuvens sobre o Ártico formadas a partir de guano de aves marinhas e mostrou
um efeito de resfriamento sobre a região —excedendo 1 watt por m² perto de grandes colônias de aves marinhas. Os modelos computacionais do estudo mostraram que as nuvens consistiam em mais
gotículas, porém menores, que refletiam mais luz solar de volta para o espaço. "Podemos levantar a hipótese de que haverá um efeito de resfriamento das nuvens porque, em geral, esse é o
efeito mais proeminente das nuvens na atmosfera", disse Boyer, que pretende realizar mais observações. "Modelos são uma boa maneira de estimar como as coisas poderiam ser, mas
você precisa verificar com medições." Espécies de pinguins maiores ou colônias de pinguins maiores —algumas podem ter centenas de milhares de pinguins— poderiam produzir nuvens ainda
maiores. As nuvens maiores, disse Boyer, tendem a ter mais gotículas, porém menores, e refletem mais luz solar. Elas também não produzem muita precipitação. Não está claro como essas
emissões de guano mudarão no futuro à medida que as populações se alterem. Cerca de uma dúzia de populações de pinguins estão em declínio, de acordo com a União Internacional para a
Conservação da Natureza. Os pinguins-de-adélia no estudo são um dos poucos que experimentam um aumento em números. As descobertas não são surpreendentes porque experimentos de laboratório
mostraram que os gases emitidos pelo guano ajudam a formar partículas na atmosfera, disse Ken Carslaw, cientista atmosférico da Universidade de Leeds que não esteve envolvido na pesquisa.
Mas ele disse que o estudo é uma "confirmação valiosa de que o que foi observado em laboratório pode explicar o que está acontecendo na atmosfera real". Essas partículas de
aerossol ou nuvens alimentadas por cocô provavelmente não afetarão as mudanças climáticas mesmo se mudarem substancialmente, acrescentou ele. Ainda assim, é importante entender esses gases
de guano porque eles fazem parte da atmosfera natural. "É vital entender que esses ambientes naturais são a linha de base a partir da qual quantificamos e entendemos os efeitos humanos
no clima", disse Carslaw. "Essas observações são mais uma peça do quebra-cabeça que ajudará a melhorar como as nuvens são representadas nos modelos climáticos." Enquanto os
cientistas há muito tempo observam como as mudanças climáticas causadas pelo homem estão afetando o Ártico, as tendências na Antártida têm sido mais mistas até recentemente. Em sete anos, o
continente atingiu três verões recordes de baixo gelo marinho —o que alguns cientistas veem como os primeiros sinais de que as mudanças climáticas causadas pelo homem estão se sobrepondo aos
processos naturais na Antártida. As mudanças locais na Antártida e no Ártico têm um impacto global no clima. O derretimento de ambas as camadas de gelo influencia o aumento do nível do mar
em todo o mundo, estimado para subir um metro até 2100. Mas a distribuição não é uniforme, com algumas áreas já sofrendo os efeitos. "Os oceanos e os pinguins estão influenciando a
atmosfera e realmente influenciando o clima local na Antártida", disse Boyer. "As mudanças locais na Antártida terão um impacto no clima global."
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