Uems Acolhe, ensina e transforma vida de migrantes e refugiados

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O venezuelano, José Antônio Romero, de 71 anos, mora há sete meses em Campo Grande e há 4 meses faz aulas para aprender a língua portuguesa. A filha (que já morava no Estado) descobriu o


curso no site da Uems e matriculou o pai. Ele diz que entende tudo os que os brasileiros falam, mas tem dificuldade com o “som” das palavras que, segundo ele “varia de acordo com a frase”.


Assim como o senhor José, dezenas de migrantes contam com este valioso serviço prestado pela UEMS através do programa Uems Acolhe, implantado em 2017.


Coordenador do programa, Prof. Dr. João Fábio Sanches Silva, conheceu a metodologia que está sendo aplicada, na UNB – Universidade de Brasília (uma das mais importantes do Brasil), quando


fazia seu pós-doutorado, em 2017. Na capital federal o curso foi implantado 2012, justamente para atender migrantes refugiados em situação de vulnerabilidade, aqueles que não tem emprego e


nem domínio da língua portuguesa. Trazer a modalidade para Mato Grosso do Sul, de acordo com o coordenador, é cumprir um dos papéis da Universidade. “É uma forma de dar o retorno à sociedade


do investimento que recebemos do governo”, diz, lembrando também a importância dos voluntários e parceiros como a Sedhast – Secretaria de Estado de direitos humanos, assistência social e


trabalho, Defensoria Pública e Funsat.


Aluno do mestrado em Linguística Aplicada, o professor Vinícius Ezaú Loose é um destes voluntários essenciais ao programa, que dedica duas horas e meia por semana ao ensino da língua


portuguesa para migrantes e refugiados. As aulas são tematizadas e voltadas para o contexto cultural. “É um português diferente porque vai além das regras ortográficas”, explica Vinícius.


Encantado com o programa, o professor confessa que ser voluntário vale muito a pena e a questão financeira não é prioritária. “O programa é transformador”, diz acrescentando que o


aprendizado da língua é uma forma de inserção social e cultural.


Nascida na República de Guiné, fluente em francês (língua natal) e inglês, Anita Sigismonda Nicol Sagno, 32 anos, é contadora de profissão e veio para o Estado como missionária. Está tão


entusiasmada com o programa e o ambiente da Universidade que, como pouco mais de 4 meses de curso, já consegue falar o português com desenvoltura. Boa parte dos alunos vem de países que


falam a língua espanhola, como Alexis Espinosa, 68 anos, natural de Havana (Cuba) e há um ano e quatro meses está no Brasil. Ela frequenta o curso há sete meses e diz que entende muito bem o


português, mas tem um pouco de dificuldades de se fazer entender.


Por isto mesmo, as questões do dia a dia fazem parte da metodologia, o que facilita bastante a compreensão do aluno. O programa Uems Acolhe oferece 3 (três) módulos de ensino chamados de


“Módulo de Acolhimento”, cada um com duração de 4 (quatro) meses. Nos dois primeiros as aulas têm papel de atendimento emergencial e afetivo da língua. “Ensinamos coisas básicas para que


eles tenham facilidade numa consulta médica, por exemplo, ou fazer uma carteira do SUS – sistema de saúde que não existe na maioria dos países de origem. Ao concluir todas as etapas do


curso, os alunos recebem certificado fornecido pela Uems que pode ser usado junto à Polícia Federal para pedir a cidadania.


Além disto, o curso atua como ferramenta essencial no mercado de trabalho. Mesmo para quem já está empregado o curso auxilia para ampliar o conhecimento do idioma, explica a assistente


social e representante da Sedhast no programa, Raquel Zottos. Além da preocupação com o preparo para entrada do aluno no mercado de trabalho, o programa, através da secretaria, faz


encaminhamento dos migrantes e refugiados para assistência social. “Ajudamos fazer um bom currículo e também fazemos encaminhamentos sociais quando necessário”, explica.


Atualmente participam do Uems Acolhe alunos migrantes e refugiados de mais de 20 nacionalidades. A maioria é de venezuelanos (60), mas também há chineses, taiuneses e haitianos, pessoas que


têm em comum a fragilidade, o choque cultural e a carência de recursos. A universidade inclusive oferece vale transporte para os alunos que fazem as aulas na sede da Universidade. Também há


a opção de fazer o curso em outros polos. Um na Vila Olinda e outro no Bairro Amambaí. Por enquanto, no interior, apenas a cidade de Dourados participa do programa.


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