Mãos jovens e femininas no trato do buriti no cerrado mineiro

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MONTES CLAROS, BRASÍLIA DE MINAS, JANUÁRIA E CHAPADA GAÚCHA – Parte fundamental na vida dos EMPREENDEDORES SUSTENTÁVEIS que vêm garantindo a preservação de veredas no CERRADO MINEIRO, a


cadeia produtiva do BURITI tem um aspecto peculiar: 80% das pessoas das comunidades rurais envolvidas no processo são mulheres e jovens. “A importância disso é que as mulheres passam a ter


uma oportunidade de renda complementar. No caso dos jovens, o ganho a mais colabora para a redução do êxodo rural, representando também uma fonte de trabalho e renda para toda a família”,


afirma José Fábio Soares, responsável técnico pela Cooperativa Grande Sertão, que adquire a polpa desidratada do fruto, com o qual produz óleo vendido à indústria de cosméticos. “A partir


desse envolvimento, o buriti gera aquecimento da economia nas comunidades tradicionais e extrativistas”, acrescenta. Adquirida pela cooperativa, a chamada “raspa de buriti”, como é conhecida


a polpa extraída do fruto, é prensada na agroindústria em Montes Claros, onde passa por controle de qualidade. Na prensagem, é extraído o óleo, que, após análise laboratorial, é encaminhado


para a indústria, para a produção de cosméticos. Na safra 2024/2025, a Cooperativa Grande Sertão recebeu de cerca de 450 fornecedores de buriti 30 toneladas do fruto in natura. A


expectativa é de que na próxima grande safra da espécie nativa, que vai ocorrer entre 2025/2026, a entidade venha receber em torno de 450 toneladas do fruto in natura. Criada em 2003, a


Cooperativa Grande Sertão fomenta a geração de renda com o extrativismo e a produção sustentável em 48 municípios do Norte Minas, envolvendo 2 mil famílias de pequenos agricultores e


empreendedores de mais 200 comunidades rurais. “Nos arranjos produtivos locais, trabalhamos também com produtos congelados, valorizando os frutos do CERRADO e da CAATINGA”, explica Fábio


Soares. O carro-chefe da agroindústria cooperativista é o PEQUI, mas, além dele e do buriti, entre os frutos nativos adquiridos e processados pela entidade estão o coquinho azedo, a cagaita,


o umbu e o araticum. “Além de cuidar da conservação da natureza, especialmente dos biomas cerrado e caatinga, nossa cooperativa surgiu como uma possibilidade de fomento à economia,


agregação de valor às matérias-primas regionais, da produção de alimentos e de inserção dos produtos naturais no mercado”, descreve o responsável técnico pela entidade. PRODUTOS NA


GASTRONOMIA A GASTRONOMIA vem se consolidando como um incentivo a mais para valorização e aumento de renda de agricultores familiares e outros empreendedores do Norte de Minas que trabalham


com o extrativismo. Uma das formas de fomentar esse estímulo é o Projeto Sabores do Gerais, implementado pela Prefeitura de Montes Claros em parceria com o governo do estado, e que conta com


o apoio do Sebrae Minas. “O foco do projeto é mostrar o potencial gastronômico e criar uma cultura de consumo desses alimentos nativos e regionais”, afirma a bióloga Sarah Alves de Melo


Teixeira, coordenadora do projeto. “A proposta é criar, por meio da cadeia da gastronomia e do turismo gastronômico, uma cultura de compra e consumo desses alimentos e, consequentemente,


aumentar a renda de empreendedores que coletam e processam esses produtos”, explica Sarah. Ela destaca que a iniciativa visa valorizar a gastronomia regional e dar visibilidade aos pequenos


produtores e agroextrativistas do Arranjo Produtivo Local do Pequi e Frutos do Cerrado (APL do Pequi). Além do buriti e do pequi, a ação agrega valor a outros frutos nativos do cerrado e da


caatinga do Norte de Minas, como o umbu e o baru. Também valoriza produtos naturais como o mel de aroeira, incentivando a preservação do meio ambiente e da biodiversidade. Entre as


atividades práticas desenvolvidas dentro do Sabores do Gerais, a coordenadora destaca as consultorias gastronômicas em bares e restaurantes para incentivar a valorização desses ingredientes


nos cardápios e a apresentação da variedade de produtos do cerrado que ainda “são invisíveis e vão muito além do pequi”. A coordenadora cita também a promoção de curso de gastronomia “para


que mais pessoas possam aprender a inserir esses ingredientes nos cardápios”, a capacitação de merendeiras para usar esses “produtos geraizeiros” no Programa Nacional de Alimentação Escolar


(PNAE) e o mapeamento do APL Pequi, a fim de que compradores e consumidores possam identificar quem produz esses produtos. Também estão previstas rodadas de negócios para aproximação entre


os empreendedores do cerrado e consumidores. O Sebrae Minas contribui com o Sabores do Gerais por meio do Programa Prepara Gastronomia, iniciativa para capacitar empreendedores do setor por


meio de workshops ministrados por profissionais especializados e cursos de gastronomia. O apoio inclui ainda acesso a feiras e eventos de gastronomia, capacitação de merendeiras e


nutricionistas, elaboração e impressão de um livro para a região do APL do Pequi sobre a cultura alimentar regional do cerrado norte-mineiro.  O BURITI E A BELEZA O majestoso buriti, a


“árvore da vida” que exibe de longe o vigor das veredas ainda preservadas, também tem relação com o cuidado e com a beleza do corpo humano. Esse vínculo é estabelecido pelo uso do óleo do


fruto nativo na fabricação de uma linha de produtos de beleza, incluindo creme, sabonete e óleo corporal fabricados pela Natura, maior indústria de cosméticos do Brasil. A Natura informa


que, para a fabricação dos produtos da linha “Ekos Buriti”, que incluem sabonete, creme e óleo corporal, adquire as matérias-primas da sociobiodiversidade a partir de parceria com


empreendimentos comunitários, como cooperativas e associações. Uma delas é a Cooperativa Grande Sertão, do Norte de Minas, parceria da indústria há 15 anos. “O objetivo da parceria com a


Grande Sertão é estabelecer a cadeia produtiva da raspa de Buriti no campo e a produção do óleo de buriti na agroindústria, garantindo qualidade e responsabilidade socioambiental”, informa a


indústria de cosméticos.  “O manejo dos frutos de buriti pelas populações tradicionais se inicia com a coleta dos frutos após a queda do cacho, segue para uma limpeza e depois são


descascados. Por fim, a polpa é raspada, gerando as lascas de buriti, que após secas são entregues na agroindústria da cooperativa como matéria prima para obtenção do óleo”, informa a


Natura. A empresa destaca o buriti como “um dos frutos mais versáteis e benéficos da natureza”, e que inspirou a criação da linha “Ekos Buriti”. “As fórmulas da linha são feitas a partir do


óleo bruto do fruto, que é rico em betacaroteno e tem capacidade de estimular a proteção natural da derme. O resultado dessa combinação é potência biocosmética regenerativa, que protege o


corpo e combate os danos da exposição solar, desacelerando o fotoenvelhecimento e evitando a descamação da pele”, descreve. RELEVÂNCIA DO FRUTO A Natura chama a atenção para a importância


ambiental e econômica do uso do derivado da espécie nativa das veredas na indústria de cosméticos. “A iniciativa de aproveitamento do óleo de buriti apresenta uma importante combinação de


benefícios socioambientais e econômicos. Ambientalmente, a utilização sustentável do buriti contribui para proteger as veredas, ambiente crucial para o ecossistema do cerrado, atuando como


refúgio e fonte de alimento para a fauna, contribuindo para a recarga dos aquíferos e a preservação da biodiversidade”, destaca. SIGA NOSSO CANAL NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS RELEVANTES


PARA O SEU DIA “A relevância econômica está na geração de renda para as comunidades extrativistas, uma vez que a produção de óleo cria um novo mercado com valor agregado impulsionando a


economia local e regional”, completa. A empresa ressalta ainda que no curso de práticas que ministra para os fornecedores da “raspa de buriti” são orientadas ações sustentáveis nas cadeias


da sociobiodiversidade, que visam “possibilitar ao trabalhador uma mudança de comportamento, assim como uma mentalidade prevencionista, evitando acidentes e realizando o manejo/cultivo


adequado ao meio ambiente”. Entre outras atividades, são ensinadas práticas como o mapeamento das plantas produtivas, limpeza e preparo das áreas, equipamentos necessários, coleta,


transporte, beneficiamento, armazenamento, rastreabilidade e produtividade. “As iniciativas têm como objetivo apresentar as recomendações para o bom manejo das espécies, garantindo a


qualidade da matéria-prima, a segurança do trabalhador e a sustentabilidade da floresta”, informa a indústria.


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